O que será,
de facto, ‘a Linguagem da Cruz?!’
Quando
falamos da Linguagem da Cruz podem lembrar-nos as palavras de Jesus nos
momentos dolorosos da Sua Paixão, as parábolas com que instruiu os Apóstolos e nos
chamam a ser misericordiosos, presentes a quem de nós necessite, a repartir ou
partilhar tudo o que temos, a sermos como nós próprios somos, transparentes,
verdadeiros, coerentes... sei lá quantas coisas mais!...
Tenho cá uma
ideia que demorei imenso tempo a aprender um pouco esta linguagem... que ando a
aprendê-la a cada instante, e que continuarei a aprender a vivê-la até ao fim
dos meus dias.
Depois de
todos estes anos de vida com tudo quanto me ensinaram e corrigiram... hoje,
para mim, a Linguagem da Cruz é o aceitar a vida como ela se nos apresenta,
assim bem ao jeito de Jesus, que nos demonstrou isso mesmo nas Suas Palavras e
atitudes de harmonia, simplicidade, silêncio, contemplação, escuta, atenção,
doação, AMOR!
A linguagem
da Cruz é, sem sombra de dúvida, a linguagem do Amor!
Não daquele
amor banalizado de que tantas vezes se ouve falar mas não passa de pura cupidez
pois do Verdadeiro Amor nada tem. É por isso que há tantos matrimónios
desfeitos, tantas famílias em agonia, tantos sofrimentos por esse mundo fora!
A linguagem
da Cruz pode parecer muito pesada... mas não o é tanto assim, porque numa
linguagem de Cruz nunca estamos sós, mas com Jesus a caminhar connosco, muitas vezes
connosco ao colo ou a guiar-nos com Sua doce e segura mão.
A Linguagem
da Cruz é um pouco assim como esta de São João da Cruz, Carmelita descalço e
doutor da Igreja!
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Oração
da Alma Enamorada
Senhor
Deus, Amado da minha alma! Se ainda Vos recordais dos meus pecados para não me
fazerdes o que vos tenho andado a pedir, fazei, meu Deus, a vossa vontade, pois
é o que eu mais quero; fazei sentir a vossa bondade e misericórdia e nelas
sereis reconhecido. E, se estais à espera das minhas obras para atenderdes o
meu pedido, dai-mas Vós e realizai-as por mim, e juntai-lhes as penas que
quiserdes aceitar, e faça-se. [...]
Quem
se poderá livrar destes modos e baixos termos se não sois Vós, meu Deus, a
erguê-lo para Vós em pureza de amor? Como se elevará até Vós o homem gerado e
criado em baixezas, se não sois Vós, Senhor, a deitar-lhe a mão com que o
fizestes? Meu Deus, não me roubareis o que me destes um dia no vosso único
Filho, Jesus Cristo, no qual me destes tudo quanto quero; por isso, espero e
confio em que não tardareis.
E
porquê tanta demora, se já podes amar a Deus no teu coração?
Os
Céus são meus e a Terra é minha. Os povos são meus; meus sãos os justos e os
pecadores. Os anjos são meus, a Mãe de Deus é minha, e minhas são todas as
coisas. O próprio Deus é meu e para mim, porque Cristo é meu e todo para mim
(cf 1Cor 3,22-23).
Então,
que pedes e procuras, alma minha? Tudo isto é teu e para ti. Não te rebaixes
nem olhes às migalhas que caem da mesa de teu Pai.
Sai
para fora e gloria-te na tua glória; esconde-te nela e goza, pois alcançarás o
que o teu coração deseja.
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Este pequeno/grande
texto/oração precisa de ser lido e meditado muitas vezes, pois é deveras
realista!
Aguentar, com
coragem e determinação, o que a vida nos apresenta... é Cruz! É uma verdadeira Linguagem
de Cruz... onde, perante certos acontecimentos que tantas vezes nos surgem pela frente nos saltam
do coração à boca aquelas tão célebres e profundas Palavras de Jesus: “Pai! Se
Te é possível, afasta de mim este cálice! Mas... se não pode passar sem que eu o
beba... faça-se a Tua vontade!”
Quantas vezes,
Senhor, no meio de confusões sem fim, onde se não vislumbra o Sol no meio de
tanta escuridão... mas é ali que temos que estar, permanecer, entregar tempo e
vida... aos irmãos que, junto de nós, são a imagem de Deus!
Mesmo com
todas as arrelias e aflições, a vida é bela, porque nada nos poderá dar mais
paz do que utilizar na vida a Linguagem da Cruz!
Que Deus Pai
nos ajude, o Senhor Jesus nos ampare e o Espírito Santo nos fortaleça!
Bom final de
noite para uma boa sexta-feira, tentando descobrir, na vida, a verdadeira
Linguagem da Cruz!
HN
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