Quando Jesus
andou pelas terras da Palestina com os Apóstolos falava muito nos fariseus,
pessoas que diziam uma coisa e faziam outra, mostravam ser quem não era na realidade!
Claro que
este comportamento execrável não nos cabe bem na cabeça, ou melhor dito, temos
a tentação de não nos pensarmos fariseus, um pouquinho que seja!
Não, nós
somos muito autênticos!
Mas... cada
vez mais me convenço de que um pouco de farisaísmo existe, ou pode existir, em
toda a gente, em cada um ou uma de nós!
Pode não ser
uma realidade de vida, mas um pouquinho de realidade na vida!
Temos de
olhar muito bem para dentro de nós, para o que pensamos e dizemos, para o que
dizemos e fazemos, para averiguarmos a nossa coerência de vida!
Ou
coerência... ou farisaísmo!
Claro que
não somos incoerentes por querer, mas porque uma vez ou outra pode acontecer!
Pode não
parecer grave, mas é! Temos que ser pessoas verdadeiras em tudo. O que dizemos
tem de estar de acordo com o que fazemos!
E nós,
cristãos, muitas vezes erramos na nossa maneira de proceder.
Hoje, vi esta
crónica na imissio e gostei demais, pois veio ao encontro de muitas coisas que
penso e medito diariamente, que faz parte das minhas lutas de vida constantes.
«»
Reconhecer-se
pecadora
CRÓNICAS 19
outubro 2018 • Tempo de Leitura: 3 min
"Estejam
atentos diante de cristãos, sejam eles leigos, padres, bispos,
que
se apresentam como "perfeitos", rígidos.
Estejam
atentos! Não há o Espírito de Deus ali."
Papa Francisco - Homília na Missa na Casa Santa Marta (16.10.208)
Este excerto, que dá início à crónica desta semana, vem trazer a
todos nós a consciência de que sermos cristãos não nos torna seres superiores e
que no meio de todos temos muitas faltas a apresentar. No meio de todos não
devemos apresentar aquilo que não somos. Não devemos agir como meros fariseus
que se encontravam, tantas e tantas vezes, no fim das sinagogas a escutar Jesus
com a hipocrisia das suas vidas.
Sermos cristãos que "batem muito com a mão no peito" e
que conhece imensamente da lei e do julgamento faz com que não tenhamos
conhecimento algum da maior de todas as leis deixada por Jesus Cristo. Não
adianta muitos rituais, nem muitas aparências se na vida de todos os dias não
formos capazes de reconhecer aquilo que realmente somos, nem reconhecermos o
outro como merecedor do mesmo perdão que eu.
Não adianta muitos ensinamentos, nem muitas boas ações se depois
aquilo que professamos cai completamente por terra através do testemunho que
damos para o mundo. E é nisto que a Igreja Católica tem perdido. É por isto que
tantos homens e mulheres se têm afastado, porque não conseguem encontrar um
testemunho verdadeiro, genuíno.
E está na altura de existirem mudanças. Está na altura de
reconhecermos que a Igreja sendo santa, porque fundada por e em Jesus Cristo, é
toda ela pecadora. E a Igreja não resolverá os seus pecados enquanto não se
reconhecer como pecadora.
Reconhecendo-se e percebendo a sua verdadeira essência poderá
caminhar, aí sim, para a santidade que tantas vezes tenta transmitir. É deixar
cair as máscaras da rigidez e da perfeição. É deixar cair as máscaras da
intolerância e da superioridade para que assim possa, estando no mundo, chegar
ao Céu e dar o Céu a todos nós.
Reconhecer-se pecadora para que possa, efetivamente, dar
testemunho de que através da sua fragilidade é possível alcançar-se a santidade
e o amor de Deus.
Reconhecer-se pecadora para que não se tente ser aquilo que não é, nem se
ofereça aquilo que não se tem.
«»
“Reconhecer-se
pecadora!” A coragem e discernimento de se reconhecer pecadora é uma das
maiores graças recebidas!
Foi para os
pecadores que Jesus veio ao mundo e viveu e morreu aquele jeito!
E santo, só
Deus, uno e trino!
As pessoas
podem até parecer muito boazinhas, mas há sempre inúmeros defeitos a corrigir. E
quem pensa que não... é o que está pior, porque não se reconhece tal qual é!
Que Deus nos
ajude!
HN
Sem comentários:
Enviar um comentário